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Filhote de tamanduá-mirim é encaminhado a berçário de Hospital Veterinário após a morte da mãe atropelada

Por LivreTV Notícias em 27/11/2021 às 10:45:46
Animal recebe cuidados no Parque Ecológico da Cidade da Criança, em Presidente Prudente (SP). Filhote de tamanduá-mirim foi encaminhado para o Parque Ecológico da Cidade da Criança, em Presidente Prudente (SP), após mãe morrer atropelada

Cedida/Secom

O berçário do Hospital Veterinário do Parque Ecológico da Cidade da Criança, em Presidente Prudente (SP), recebeu um filhote de tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla). O animal foi encaminhado ao local pela Polícia Militar Ambiental após a morte da mãe, vítima de atropelamento.

O trabalho da equipe do Hospital Veterinário engloba mais do que o tratamento dos animais mantidos na área de visitação aberta ao público.

O setor restrito aos colaboradores acolhe animais que necessitam de maior atenção do corpo técnico e tratadores, em especial os filhotes órfãos mantidos no berçário, como é o caso do filhote de tamanduá.

A veterinária Erica Pellosi explica que a fêmea de tamanduá carrega o único filhote no dorso e o amamenta até que ele comece a se alimentar sozinho.

“Na ausência da mãe, o filhote é alimentado a cada duas horas com um sucedâneo desenvolvido especialmente para a espécie. Ele é mantido aquecido com uma coberta e oferecemos um ursinho de pelúcia, já que o animal tem o hábito de ficar agarrado à mãe. É necessário estímulo para fazer xixi, e efetuar a limpeza do cordão umbilical que ainda é presente”, explicou a veterinária.

O hospital já recebeu dezenas de filhotes silvestres nesta estação, sendo que cada um exige uma demanda diferente de atenção e cuidado.

Durante a primavera, época de reprodução de muitas espécies, o acolhimento de filhotes torna-se mais intenso no zoológico.

“Muitos dos animais que chegam são vítimas de tráfico, retirados do ninho para serem vendidos. Ou ainda, pessoas removem os animais de ninhos feitos em telhados residenciais. O atropelamento e as queimadas também são fatores que levam filhotes a ficarem órfãos, pela morte da mãe”, comentou Erica Pellosi.

Neste ano, o hospital também acolheu filhotes das seguintes espécies:

Corujão orelhudo (Bubo virginiaus);

Periquito-de-encontro-amarelo (Brotogeris chiriri);

Rolinha (Columbina sp.);

Gamba-da-orelha-branca (Didelphis albiventris);

Corn snake (Pantherophis guttatus);

Gavião-carijó (Rupornis magnirostris);

Jabuti-piranga (Chelonoidis carbonaria);

Tucano toco (Ramphastos toco);

Cachorro-do-mato (Cerdocyon thous).

“Os animais ficam no berçário do Hospital Veterinário para que possamos manter uma observação constante. Quando estiverem com a idade adequada serão transferidos para a área de visitação. E aqueles que possuírem condições de reintrodução à natureza serão soltos em áreas adequadas”, concluiu a veterinária.

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Cedida/Secom

'Fortes garras'

O tamanduá-mirim tem distribuição em campos e florestas da Venezuela até o Sul do Brasil.

São insetívoros. Comem apenas formigas e cupins. Utilizam uma técnica bastante simples: valem-se de suas fortes garras (quatro ao todo) para fazer buracos no cupinzeiro e, com a língua pegajosa, capturar os insetos, guiados, sobretudo, por um olfato apuradíssimo, que compensa as fracas visão e audição.

O tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), ao contrário de outras espécies, ainda é um mamífero preservado na fauna brasileira. Mas pesa contra a sua manutenção uma atividade cada vez mais frequente em seu habitat: a redução das florestas em função das queimadas, o que geralmente elimina a sua principal fonte de alimento: formigas, cupins e larvas.

O animal é também frequentemente ameaçado por outras ações do homem, direta ou indiretamente, como os atropelamentos em rodovias próximas ao seu ambiente natural, e pelo ataque de cães domésticos.

O grande problema é que, em função de seus baixos níveis metabólicos, o tamanduá-mirim tem longos períodos de gestação e um número reduzido de crias, daí a preocupação constante com o seu bem-estar.

Em função de seus hábitos noturnos, dificilmente é visto de dia. São indivíduos essencialmente solitários, que só encontram um par na época do acasalamento. Tanto que em uma área de 350 a 400 hectares podem-se encontrar dois animais da mesma espécie.

Como característica física principal, ele possui cabeça, pernas e parte anterior do dorso com uma coloração típica, amarelada. Já o restante do corpo é negro, formando uma espécie de colete.

O tamanduá-mirim pesa até cinco quilos e vive aproximadamente nove anos.

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