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Devido o desmatamento, Acre tem 17 municípios ameaçados de calor extremo

Por LivreTV Notícias em 07/10/2021 às 22:25:30
Estudo aponta que calor extremo associado à baixa umidade e velocidade do vento são fatores que contribuem para o processo de 'savanização' da Amazônia que deve tornar a vida humana praticamente inviável até 2100. Acre tem 17 municípios ameaçados de calor extremos

Arquivo/BP-AC

Como consequência do desmatamento, queimadas, poluição e assoreamento dos rios, o Acre tem 17 municípios com risco de enfrentar situação de calor extremo até o final de século. É o que aponta um estudo realizado pela Fundação Oswaldo Cruz e Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O estudo aponta que o calor extremo associado à baixa umidade e velocidade do vento, são fatores que contribuem para o processo de savanização da Amazônia que pode tornar a vida humana praticamente inviável até 2100.

Conforme o estudo, pelo menos 12 milhões de pessoas que vivem na Amazônia correm risco de morte por causa do calor. A pesquisadora da Fiocruz Beatriz Oliveira disse que o estudo chegou à conclusão de que pode ter aumento de até 3º C de temperatura. Sendo assim, de 30º C a 34º C é considerado alto risco para a saúde humana e acima disso é considerado de extremo risco.

“Quando a gente tem esse índice atingindo determinados valores, eles podem indicar extremo risco para a saúde humana porque ele não é mais seguro para alguns grupos como idosos, portadores de pré disposições clínicas e de algumas atividades laborais”, disse durante entrevista à Rede Amazônica Acre.

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A pesquisadora explica que o corpo em condições extremas de calor por colapsar. O desmatamento em grande escala associado às mudanças climáticas aumentará o risco de exposição ao calor extremo. Esses níveis de calor serão fisiologicamente intoleráveis ao corpo humano e afetarão profundamente as regiões onde residem populações altamente vulneráveis.

Tarauacá é o município mais afetado, seguido de Feijó, Manuel Urbano e outras 14 cidades que terão a temperatura aumentada e passarão para o estado de Savana Amazônica, segundo o estudo.

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Corpo de Bombeiros Acre

Processo no corpo

O que acontece é que em condições ambientais desfavoráveis que incluem alta exposição à temperatura e umidade, as mudanças começam a ocorrer e as capacidades de resfriamento do corpo são enfraquecidas, resultando em aumento da temperatura corporal.

Com isso, a exposição a tais condições pode ocasionar desidratação e exaustão e, em casos mais graves, tensão e colapso das funções vitais, levando à morte. Além disso, o estresse causado pelo calor pode afetar o humor, os distúrbios mentais e reduzir o desempenho físico e psicológico das pessoas, segundo o estudo.

“A nossa tendência é que a gente atinja esse valor no final do século. Estamos seguindo para esse caminho de atingir temperaturas que são extremas para a condição nossa”, pontua a pesquisadora.

O Acre é um estado com uma projeção em termos de mudança climática e de ter o calor mais acentuado. Tem municípios com elevação de 2º C, Rio Branco teve aumento de 1º C, conforme explicou.

“É uma situação em que a gente precisa repensar em algumas estratégias em todos os setores para a gente reduzir os gases de efeito estufa. Hoje, o Brasil faz parte do acordo de Paris e uma das principais metas é justamente a redução do desmatamento. Uma das primeiras coisas que a gente precisa deixar claro isso como meta”, pontua.

Além disso, fatores como aumento do número de incêndios florestais, expansão de áreas agrícolas e atividades de mineração, tendem a impulsionar o crescimento desordenado e um processo de urbanização não planejado, com falta de infraestrutura sanitária básica e trabalho informal mais frequente.

Redução do desmatamento pode contribuir para reversão

Arquivo/PF-AC

Municípios do Acre ameaçados

Acrelândia

Bujari

Capixaba

Cruzeiro do Sul

Feijó

Jordão

Manoel Urbano

Marechal Thaumaturgo

Plácido de Castro

Porto Walter

Rio Branco

Rodrigues Alves

Santa Rosa do Purus

Senador Guiomard

Sena Madureira

Tarauacá

Porto Acre

Colaborou Andryo Amaral, da Rede Amazônica Acre

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