Em documento, o procurador João Paulo Giordano Fontes aponta que o coordenador do estudo, Célio Lopes Silva, fez parte do quadro societário da Farmacore até agosto de 2020, 1 mês após a celebração do convênio.
“Nota-se, portanto, que, na condição de agente público coordenador das atividades de pesquisa realizadas nas dependências da USP em virtude do convênio e de beneficiário de auxílio custeado com verbas públicas, o pesquisador também integrava o quadro societário da empresa que explorará comercialmente o imunizante produzido, mantendo sua relação comercial com a sociedade empresária mesmo após a sua retirada, como consultor científico”, escreveu o procurador.
O procurador do MPC diz também que é necessário esclarecer “qual a postura da USP frente ao potencial conflito de interesses e se haverá percepção de ganhos ao colaborador que não os previstos no termo contratual fixado entre as partes, além de possíveis reflexos nos valores a serem repassados à USP”.
Fontes pede ainda esclarecimentos sobre possível grau de parentesco entre o professor e a CEO da Farmacore, Helena Faciolli, uma vez que um documento apresentado à Jucesp (Junta Comercial do Estado de São Paulo), em janeiro de 2012, para admissão do pesquisador como sócio administrador, consta como endereço o mesmo de Helena.
O Poder360 procurou o MPC-SP, a USP e a Farmacore para pedir explicações, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.