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NEM BACKUP GUARDADO: Irmão do deputado LuĂ­s Miranda diz à PF que trocou celular e não tem conversas sobre suposta pressão no caso Covaxin

Por LivreTV Notícias em 19/07/2021 às 19:09:13
Pablo Jacob/Agência O Globo

Pablo Jacob/Agência O Globo

Em depoimento à PolĂ­cia Federal, o servidor do Ministério da SaĂșde LuĂ­s Ricardo Miranda afirmou que não guardou o backup com as conversas que mostram que ele foi pressionado por superiores pela compra da vacina indiana Covaxin. O servidor disse que trocou o seu celular e que não salvou os arquivos originais do antigo aparelho. LuĂ­s Ricardo foi ouvido na quarta-feira passada, no inquérito que apura as negociações do imunizante pelo governo federal.

Na oitiva, ele disse que fez os "prints" (fotos digitais) das mensagens e que encaminhou todo o material ao seu irmão, o deputado federal LuĂ­s Miranda (DEM-DF). Esses prints também não foram entregues por ele à PF. A coluna apurou que a troca do aparelho foi feita depois de março, mĂȘs em que as suspeitas envolvendo a vacina indiana foram levadas ao presidente Bolsonaro. A informação surpreendeu os investigadores, que consideraram estranha a mudança do aparelho em meio ao caso, com o agravante de os arquivos originais, considerados provas importantes, não terem sido guardados pelo servidor. Decisões recentes do Superior Tribunal de Justiça (STJ) tĂȘm considerado que prints de WhatsApp, sem acesso aos arquivos originais, não podem ser considerados como provas vĂĄlidas.

No mesmo depoimento, como revelou O GLOBO, LuĂ­s Ricardo afirmou que não gravou a conversa mantida com Bolsonaro a respeito de suspeitas de irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin.

No fim de junho, os irmãos Miranda mostraram, em depoimento na CPI da Covid, mensagens recebidas pelo servidor de seus superiores na pasta da SaĂșde. Elas foram apontadas por LuĂ­s Ricardo como pressões que teria sofrido apara agilizar a negociação da vacina Covaxin. As mensagens envolvem diretamente o coronel Marcelo Bento Pires, que trabalhava como assessor da Secretaria-Executiva do ministério, e Roberto Dias, diretor do Departamento de LogĂ­stica demitido após o escândalo vir à tona. Também foram exibidas vĂĄrias conversas entre o servidor com o seu irmão, o deputado federal LuĂ­s Miranda, com relatos sobre pressões relacionadas ao imunizante indiano.

Procurado por meio da assessoria de imprensa do deputado LuĂ­s Miranda, o servidor LuĂ­s Ricardo não retornou. JĂĄ o parlamentar entrou em contato com a coluna e confirmou que seu irmão não fez o backup das mensagens. LuĂ­s Miranda afirma, no entanto, que tem todos os prints das conversas e que essas também serão confirmadas se a PF periciar os telefones dos ex-superiores de seu irmão.

– Perguntaram na PF se ele tinha o backup das conversas e meu irmão informou que não tinha. Ele troca de aparelho hĂĄ anos e nunca fez esse procedimento. Ele jĂĄ tinha feito os prints das conversas e enviou todo material para mim. Se a PF me pedir, entrego tudo. A CPI jĂĄ tem tudo. Eles também podem periciar o celular do Roberto Dias e comprovar que o que meu irmão diz é a verdade. Eu tenho tudo guardado. Meu irmão, por ser funcionĂĄrio pĂșblico, não tem essa visão. Para ele, os prints jĂĄ eram suficientes – afirmou o deputado.

Questionado quando o servidor mudou de aparelho, LuĂ­s Miranda afirmou que acredita que foi no mĂȘs de abril. O parlamentar também levantou suspeitas sobre como a PF vem conduzindo a investigação do caso Covaxin e disse que vai acionar o Supremo Tribunal Federal para entender a dinâmica do inquérito.

– Meu irmão saiu da PF sem cópia de seu depoimento, com o argumento de que era sigiloso. Agora, vemos algumas informações surgirem e com questionamentos dĂșbios. Não temos problemas com a publicidade dos fatos, tudo que ele falou aos policiais falou na CPI. – disse o parlamentar.

O depoimento do deputado LuĂ­s Miranda à PF acontecerĂĄ nas próximas semanas.

Fonte: Bela Megale - O Globo

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