Alimentação saudável tem relação direta com desempenho de estudantes nas provas. Especialistas apontam melhores alimentos para uma dieta pré-Enem. Quando tratamos da preparação para um momento importante como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), é comum pensar em deixar a boa alimentação de lado. Na busca por praticidade e, por muitas vezes, passar longos períodos fora de casa, o estudante pode recorrer a alimentos ultraprocessados, fast food, ou passar algumas horas sem se alimentar. Pensando nisso, o De Boa no Enem conversou com duas profissionais de nutrição, que vão mostrar a importância de comer bem nesse período.
Estudantes precisam cuidar da alimentação
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De acordo com a professora doutora em Ciência dos Alimentos e coordenadora do curso de Gastronomia da Uninassau Natal, Illana Louise Pereira de Melo, existe relação direta entre a alimentação e a aprendizagem. Alguns nutrientes melhoram a atividade cerebral e a capacidade cognitiva, estimulando a concentração e o raciocínio, elementos importantes no processo de preparação para uma prova. Em contrapartida, uma dieta inadequada, com alimentos pouco nutritivos, deficientes em vitaminas, minerais, ômega 3 e proteínas, diminui a atividade cerebral e gera baixo rendimento de aprendizado.
"É importante ressaltar que a alimentação saudável deve ser realizada de forma rotineira. Para aproveitar os benefícios de alguns alimentos, por exemplo, é preciso consumi-los com frequência, já que ingerir apenas de forma esporádica não trará efeitos relevantes para a concentração e memória. Dessa forma, investir em uma alimentação saudável, contendo todos os grupos de alimentos nas proporções adequadas, é investir na saúde e bem-estar", alertou Illana.
Coordenadora do curso de Gastronomia da Uninassau Natal, Illana Louise Pereira de Melo
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A nutricionista do restaurante universitário da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Gabriela Pitombeira, explica que comer bem e de forma saudável gera um ganho considerável na disposição, algo que todo estudante precisa, especialmente diante dos desafios do Enem.
"O estudante deve priorizar alimentos naturais, como frutas (principalmente as vermelhas e cítricas), verduras (brócolis, couve, rúcula e tomate), cereais integrais, alimentos fontes de gorduras insaturadas (abacate, oleaginosas e azeite extravirgem), proteínas com baixo teor de gordura (frango, peixes, ovo, soja e ricota), além do cacau (chocolates amargos acima de 70%)", detalhou.
Além de comer bem, o aluno precisa beber bastante água. Ele também pode fazer uso de chás e café, mas sem exageros. "A ingestão de água na quantidade correta vai contribuir para um organismo mais saudável. Café e chá podem ser aliados importantes, mas é preciso ter cuidado para não se exceder, o que pode atrapalhar no processo de preparação", comentou Gabriela.
Investir em alimentos pouco processados e reduzir o consumo de gorduras, sal e açúcar são algumas das medidas que podem melhorar a alimentação e o desempenho do estudante.
"É importante que o estudante realize as pausas para as refeições e lanches (recomenda-se um intervalo de três horas), se alimente em locais adequados e dedique um tempo para fazer do ato de comer um momento de prazer. Montar um plano de estudos incluindo esses intervalos faz com que não haja excesso ou falta de alimentação durante o dia", destacou Illana.
Alimentação correta pode combater o estresse a ansiedade
Illana explicou que cansaço e ansiedade são sintomas frequentes nos estudantes nas vésperas de provas, mas que podem ser aliviados com uma dieta rica em vitaminas e minerais, ômega 3 e carboidratos. Frutas como abacate, acerola, banana, kiwi, laranja, morango e uva são fontes de vitaminas, minerais e antioxidantes. Esses nutrientes desempenham um papel fundamental em manter o seu cérebro saudável e melhora a?concentração e a memória.
"Os cereais integrais são fontes de carboidratos, principal fornecedor de energia, e fibras alimentares, bem como de vitaminas do complexo B, as quais têm importante papel neurotransmissor. Eles podem ser consumidos individualmente (arroz e massas integrais) ou em preparações como mingaus, bolos e pães. Os peixes de águas frias e profundas, a exemplo do salmão, são fontes de proteínas e de ômega 3, que influenciam a sinalização entre os neurônios melhorando a atividade cerebral", apontou a professora da Uninassau
Nos dias da prova também é muito importante não descuidar da alimentação. Para Gabriela, é possível e importante montar um cardápio simples para os dias de Enem. "No café da manhã, boas opções são: uma xícara de café ou suco de uva, pão integral, ovo cozido, queijo branco e banana. Na hora da prova, o aluno pode levar frutas leves e fáceis de consumir como morango, uva ou tangerina, acompanhadas de algumas oleaginosas (castanhas de caju e do Pará, amêndoas, amendoim ou avelãs) e um pedaço de chocolate amargo 70%", explicou.
No dia do Enem, mesmo após o momento da prova, continuar se alimentando corretamente é recomendado. "O aluno pode almoçar uma salada verde, frango com cúrcuma, arroz e mamão ou abacaxi de sobremesa. No jantar, sopa ou cuscuz com carne moída são boas opções, seguidos de uma porção de salada de frutas", continuou Gabriela.
Gabriela Pitombeira, nutricionista do restaurante universitário da UFRN
Cedida
A ansiedade do momento tem impacto direto na atividade intestinal e alimentos açucarados e gordurosos podem piorar o quadro. Alimentos como repolho, feijão e couve podem, naturalmente, causar desconforto intestinal e também devem ser evitados no dia da prova. "Por isso, os estudantes devem tomar cuidado com a alimentação. E não podem esquecer de se hidratarem durante as provas", frisou Illana.
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