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Garimpo e desmatamento causaram mudança de cor da água de rio em Alter do Chão, diz PF

Por LivreTV Notícias em 17/02/2022 às 11:15:38
Técnicos compararam imagens do rio Tapajós colhidas entre julho de 2021 e janeiro de 2022. De acordo com a PF, garimpeiros despejaram 7 milhões de toneladas de rejeitos. A Polícia Federal concluiu que a mudança de cor nas águas do rio Tapajós em Alter do Chão, famoso destino turístico no Pará, foi provocada pelo garimpo ilegal e pelo desmatamento na região.

O laudo da PF faz parte do inquérito que apura a mudança de coloração da água do Rio Tapajós, entre os municípios de Santarém e Itaituba, nas praias conhecidas como “Caribe amazônico”.

Os investigadores compraram imagens de satélite registradas entre julho de 2021 e janeiro de 2022. O material, segundo os peritos, mostra um “aumento drástico” na quantidade de sedimento nas águas.

Alter do Chão: PF e o Instituto Chico Mendes investigam o que está provocando a mudança na cor do Rio Tapajós

Os peritos afirmam que essa sedimentação aconteceu principalmente por causa do desmatamento nas margens dos rios Jurema e São Manuel, afluentes do Tapajós.

Além disso, a estimativa da PF é que os garimpeiros tenham despejado cerca de 7 milhões de toneladas de rejeitos no Tapajós.

"O desmatamento que ocorre nas margens dos rios citados favorece a lixiviação de material arenoso, argiloso e siltoso. Esses elementos são carreados até os corpos hídricos onde os sedimentos mais finos costumam ficar em suspensão por mais tempo percorrendo longas distâncias", escreveram técnicos da PF.

A Polícia Federal ainda não analisou a qualidade da água, mas os investigadores alertam para o risco da presença de produtos químicos no rio, como mercúrio e cianeto, que geralmente são usados por garimpeiros no processo de extração de minérios.

Ações contra o garimpo

Na segunda-feira (14), a PF deflagrou a operação “Caribe Amazônico”, de combate à atividades garimpeiras na região.

Segundo a PF, a operação ocorrerá durante toda esta semana nas proximidades da terra indígena Munduruku, em Jacareacanga, sudoeste do Pará.

A operação é decorrente de informações sobre a contaminação do rio Tapajós, que levaram à necessidade de ações imediatas nas regiões de Itaituba, Jacareacanga, Moraes de Almeida, Creporizinho e Creporizão.

Entenda

A coloração turva do rio em Alter do Chão, conhecido como Caribe Amazônico, em nada lembra o tom azul-esverdeado que encanta moradores e turistas, e ganhou destaque no noticiário nacional devido a preocupação da comunidade local de que o fenômeno seja resultado do avanço da garimpagem na bacia do Tapajós.

Os garimpos ilegais ficam a cerca de 300 quilômetros de Santarém. Antes, por causa da distância, a maior parte dos resíduos acabava armazenada no caminho. Mas com o aumento de áreas degradadas, a poluição chegou a Alter do Chão.

Segundo o Instituto Socioambiental, em apenas um ano, a área devastada pelo garimpo ilegal na terra indígena Munduruku cresceu mais de 300%.

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