Percentual é maior que a média nacional, que ficou em 75,6% no mês de novembro. Situação preocupa a Fecomércio, no RN
Pedro Vitorino
O percentual de famílias inadimplentes na capital potiguar está acima da média nacional, segundo pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC). Os dados mostram que 86,3% dos grupos familiares declaram possuir alguma dívida, enquanto a média nacional é de 75,6%.
Os números são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela CNC durante o mês de novembro. Ainda segundo a pesquisa, esse é o segundo maior índice para um mês de novembro da série histórica natalense.
A Peic foi iniciada em 2010 e desde então o índice de endividamento em Natal só atingiu número mais alto do que o atual em novembro de 2020, quando alcançou 88,9%, em meio aos primeiros impactos da pandemia da Covid-19.
Ainda de acordo com a pesquisa, entre os que estão com contas em atraso, o número aumentou 0,9% no comparativo com outubro. Pelo menos 37,3% das famílias se declaram nessa situação.
Quando os números são comparados a novembro de 2020, quando 42,7% das famílias afirmaram ter contas atrasadas, houve queda de 5,4 pontos percentuais.
A média de atraso é 62,5 dias, sendo que 42,8% já estão com mais de 90 dias de atraso.
Região metropolitana de Natal
A realidade é ainda mais crítica para 263 mil famílias da região Metropolitana de Natal. Pelo menos 10,7% desse público afirma que não conseguirá cumprir com os compromissos assumidos. Índice mais alto tanto em relação a outubro, quando 7,1% que declararam não ter condições de honrar as dívidas, quanto em relação a novembro de 2020, quando 3,7% afirmaram o mesmo.
No total, na capital do Rio Grande do Norte são 226.970 famílias endividadas, 96.128 que já estão com contas em atraso, e 28.191 que não terão como pagar estas dívidas.
No cenário nacional, os dados divulgados dia 29 de novembro mostram que 12.327 milhões de famílias que possuem alguma dívida a vencer, alta de 1 ponto percentual em relação a outubro (74,6%) e de 9,6 pontos em relação a novembro do ano passado (66%).
“Esses dados representam um ponto de preocupação para o setor de comércio e serviços, principalmente quando observamos o total da renda mensal familiar comprometido com dívidas, que chegam a 36,9%. São pessoas em débito com cheque pré-datado, cartões de crédito, fiados e carnês de lojas, por exemplo. Isso tudo, junto ao aumento da inflação e taxa de juros, pode representar um preocupante círculo vicioso, que pode engessar por um longo período o crescimento”, explicou Marcelo Queiroz, presidente da Fecomércio RN.
