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Transição: grupo de Meio Ambiente defende fiscalização remota para acelerar combate ao desmatamento ilegal

Por LivreTV Notícias em 30/11/2022 às 19:39:13
Em relatório preliminar da área, grupo deve abordar ajustes no orçamento, estrutura do ministério e revogação de decretos. O grupo da transição que discute meio ambiente defende a fiscalização remota, através da utilização de imagens de satélite, para acelerar o combate ao desmatamento ilegal.

A informação foi dada pelo ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, um dos membros do grupo na equipe do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Segundo Minc, a ideia é punir quem pratica desmatamento ilegal sem a necessidade de a equipe de fiscalização ir presencialmente ao terreno -- esse modelo é conhecido como embargo remoto.

“Embargar as fazendas, as unidades que estão desmatando, detectado por satélite, mesmo sem você ir lá, porque o satélite te diz isso”, disse o ex-ministro.

De acordo com o Mapbiomas, o embargo remoto é definido como "medida cautelar administrativa adotada pelos órgãos ambientais e aplicada sobre a área afetada para suspender atividade ilegal (...) utilizando-se como meios de prova as imagens de satélite”.

Para Minc, o embargo remoto seria uma “medida rápida, barata, efetiva” ao cruzar os dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) com as bases de dados dos estados para identificar se a área desmatada possui licença para plano de manejo ou se está desmatando ilegalmente.

O grupo, porém, não detalhou como a punição aos desmatadores seria efetivamente feita. O ex-ministro apenas disse que o embargo precisa do apoio das instituições financeiras: “é obrigação deles [bancos], cortar imediatamente o crédito de todas essas áreas e explorações embargadas”.

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Queda no desmatamento

Também nesta quarta, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou que a área desmatada na Amazônia foi de 11.568 km² entre agosto de 2021 e julho de 2022 (o equivalente ao tamanho do Catar).

Quando comparado ao último levantamento do Inpe, houve uma queda de 11% do total da área desmatada entre as duas temporadas. Na edição anterior, o número foi de 13.038 km², entre agosto de 2020 e julho de 2021.

Relatório preliminar

Segundo Jorge Viana, membro do GT de Meio Ambiente, o relatório preliminar do grupo deve abordar quatro pontos principais:

medidas emergenciais - que, segundo ele, “precisam ser adotadas para rapidamente trazer de volta um protagonismo positivo pro Brasil, pra sair dessa situação de pária”;

questão orçamentária;

parte organizacional do ministério de Meio Ambiente; e

revogação de decretos e atos normativos - que, de acordo com a avaliação do grupo, desmontaram a “estrutura do estado brasileiro de trabalhar o meio ambiente”.

O prazo para os grupos de trabalho apresentarem um diagnóstico preliminar de suas respectivas áreas termina hoje.
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