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Lula destaca investimentos brasileiros em energia verde

Em discurso a empresários brasileiros e sauditas, nesta quarta-feira (29), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre as oportunidades de investimento no Brasil, destacando os projetos em energias verdes.


Foto: Reprodução internet

Em discurso a empresários brasileiros e sauditas, nesta quarta-feira (29), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou sobre as oportunidades de investimento no Brasil, destacando os projetos em energias verdes. Lula está em Riade, na Arábia Saudita, primeira parada da viagem ao Oriente Médio onde também participa da 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 28), em Dubai, nos Emirados Árabes.

"No Brasil, nós estamos levando muito a sério essa questão da energia renovável. E vocês já sabem que nossa energia elétrica é quase 90%, totalmente, renovável. O potencial do Brasil e das energias é muito grande, e nós queremos construir parceria com vocês e que sejam sócios do Brasil no desenvolvimento dessa nova matriz que o mundo precisa, que o mundo sonha e que nós podemos oferecer", disse, no encerramento do fórum empresarial organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e pelo governo saudita.

Assim como a Arábia Saudita é um dos países mais importantes na produção de petróleo e gás no mundo, Lula acredita que o Brasil pode ser um centro na produção de energias alternativas e, daqui a 10 anos, poderá ser chamado de "a Arábia Saudita da energia verde". "É para isso que nós estamos trabalhando", disse, reafirmando ainda o compromisso do Brasil em alcançar o desmatamento zero até 2030.

"Nós precisamos, todos, trabalhar com muita responsabilidade para descarbonizar o planeta, para que a gente possa viver de forma mais digna, com melhor qualidade de vida e sem medo de que nós estamos destruindo a casa onde moramos", disse, alertando para ao afeitos das mudanças climáticas.

Lula defendeu que o Brasil possui uma boa base intelectual e científica-tecnológica, empresas de ponta, além de um sistema financeiro sólido, e chamou os empresários sauditas a construírem parcerias com as empresas brasileiras. "Para que as empresas brasileiras gerem desenvolvimento no Brasil, mas gerem o desenvolvimento também na Arábia Saudita. Que a gente gera emprego no Brasil, mas que gere emprego na Arábia Saudita. E que a gente possa vender ao mundo as coisas com melhor qualidade para que o mundo possa sobreviver", disse, citando ainda parcerias nas áreas industrial e do agronegócio.

Como exemplo, Lula também citou a possibilidade de investimentos em fertilizantes, para "dar uma garantia ao mundo com a incerteza criada pela guerra da Rússia na Ucrânia". A Rússia é um grande fornecedor de insumos, mas sofre um forte embargo econômico por causa de invasão militar na Ucrânia, o que impactou o comércio global desses produtos.

"Nós estamos falando de crescimento econômico e desenvolvimento quando parte do mundo fala em guerra", disse Lula, defendendo ainda o diálogo para a resolução dos atuais conflitos pelo mundo. "A guerra, ela não traz nada a não ser miséria e morte", ressaltou.

Brics e COP 30

Ainda, Lula cumprimentou os sauditas pela entrada do país no Brics - bloco composto por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul. A partir de janeiro de 2024, Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã integrarão o grupo.

Na oportunidade, o presidente cobrou aportes do país do Oriente Médio no Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), para financiamento de mais países. "A Arábia Saudita precisa ajudar a fortalecer o banco do Brics para que a gente possa mudar a faceta com os bancos multilaterais, para que eles possam financiar o desenvolvimento dos países mais pobres, sem taxas de juros escorchantes que termina por matar qualquer possibilidade de investimento dos países", disse.

Em 2025, o Brasil presidirá o Brics e também sediará a COP 30, em Belém, no Pará. O presidente convidou o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, que tem a função de chefe de Estado, a atuar junto ao Brasil nesses eventos e a visitar o país na ocasião da COP 30.

Lula e Salman se reuniram ontem (28) em Riad. Os dois líderes estimam que as transações comerciais entre os dois países podem saltar dos atuais US$ 8 bilhões para US$ 20 bilhões até 2030.

"A partir dessa reunião outras dezenas de reuniões vão acontecer, porque o compromisso meu e o compromisso da Sua Alteza, o príncipe herdeiro, é de que nós vamos cobrar de vocês a execução de uma política mais ousada, de uma política mais corajosa, porque o mundo está precisando de bons exemplos. E o Brasil e a Arábia Saudita podem ser esse exemplo de dinamismo", disse Lula aos empresários.

Ainda hoje, o presidente participa de outro evento em Riad, de promoção de produtos da empresa brasileira Embraer. Na sequência, segue para Doha, no Catar, onde também aproveitará o contato com lideranças políticas e empresariais para aprofundar e diversificar a relação bilateral.

Além disso, o presidente deve tratar da guerra entre Israel e o grupo político-militar palestino Hamas, que controla da Faixa de Gaza. O Catar é um interlocutor junto ao Hamas para negociações em relação ao conflito.

As agendas no Catar ocorrem nesta quinta-feira (30). No mesmo dia, na sequência da visita ao Oriente Médio, a comitiva presidencial desembarca em Dubai, nos Emirados Árabes, para participar da COP 28.

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