Aliar evolução das compras online com lojas físicas, além de novas formas de compras e perspectivas do mercado foram temas tratados no evento desta quarta (16) em Natal. E-commerce deve ser aliado de loja físicaAustin Distel/UnsplashUm evento realizado no Natal Shopping nesta quarta-feira (16) discutiu tendências do varejo mundial que podem ser aplicadas pelo lojista local. De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), as vendas online tiveram o crescimento acelerado diante da pandemia da Covid e correspondem a 11,6% do setor varejista no Brasil.O evento discutiu, sob essa perspectiva, como abraçar essa tendência digital do mercado com a venda híbrida, valorizar a experiência do consumidor e buscar o comportamento das próximas gerações como forma de manter a clientela nas lojas físicas.Contribuir para sociedadePara Mariana Carvalho, sócia da Ancar Ivanhoe e palestrante, o foco nas relações interpessoais, da marca com o cliente e com seus colaboradores, é elemento crucial para garantir o sucesso das vendas físicas. Outro ponto destacado é abraçar a diversidade e envolver na proposta de valor da marca ações de ESG (Environmental Social Governance), que trabalha para alcançar objetivos sustentáveis para o meio ambiente e de impacto social positivo na comunidade em que a marca está inserida. “As relações humanas nunca deixarão de existir e, por isso, seguem sempre relevantes. O lojista tem que reconhecer o momento do consumidor, se é de urgência, para resolver uma coisa rápida, ou é um momento de viver uma experiência de lazer, entretenimento, lúdica, como tomar um café", explicou Mariana Carvalho. "São esses os pontos que o consumidor está cada vez mais interessado: no varejo que contribui para a sociedade, que gera impacto positivo e que tem um papel transformador, e também no varejo de experiência, para que possa chegar em casa e contar o que aconteceu na loja para alguém”.Uso de dadosO palestrante Tiago Mello acredita que a loja física funciona como espaço para a conclusão da venda híbrida.“Antes, o consumidor ia em cinco ou seis lojas para pesquisar. Hoje, a compra ainda é majoritariamente física, mas a pesquisa é digital. Com isso, a gente entende a importância de uma boa presença no online, do relacionamento com influenciadores, mas também a necessidade dos nossos vendedores evoluírem de atendentes para consultores”, aponta Tiago, que é CEO da DWZ.Assim, ele acredita que a marca deve usar uma estratégia guiada por dados para realizar uma personalização em seu atendimento, seja online ou presencial. Entender a nova tendênciaO último palestrante do evento, Gustavo Schifino, apontou que os jovens devem estabelecer uma nova forma de viver e consumir de acordo com o que já vivenciam no metaverso, presente nos jogos virtuais. O comportamento das gerações Z, Alpha e C, dos nascidos desde 2016 até 2030, vai definir o futuro das vendas, segundo ele. “Comprar no e-commerce é muito chato em comparação com o m-commerce, no metaverso, nesse mundo imersivo. Então, já devemos nos preparar para não sofrer com perdas futuras quando essa geração, que já influencia seus pais e avós, forem as predominantes no consumo”, antecipa Schifino. O quick commerce, em que o cliente recebe os produtos comprados em até 15 minutos, também é uma realidade cada vez mais próxima. “Em cidades europeias, é comum as pessoas não terem mais freezer, porque o consumidor não precisa comprar e armazenar, já que agora pode comprar com instantaneidade, em lojas de bairro de grandes supermercados”, diz.Schifino destaca ainda que, diante de tantos avanços tecnológicos, na Web 3.0 a moeda mais importante é o conteúdo. “É importante que sejamos relevantes para os clientes, independente do que vendemos. Não adiante ir pra internet só pra vender, é preciso ensinar sobre o que vai fazer a vida do cliente melhor, e isso é pensar no futuro”, finaliza.Vídeos mais assistidos do g1 RN