Animal recebe cuidados no Parque Ecológico da Cidade da Criança, em Presidente Prudente (SP). Filhote de tamanduá-mirim foi encaminhado para o Parque Ecológico da Cidade da Criança, em Presidente Prudente (SP), após mãe morrer atropeladaCedida/SecomO berçário do Hospital Veterinário do Parque Ecológico da Cidade da Criança, em Presidente Prudente (SP), recebeu um filhote de tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla). O animal foi encaminhado ao local pela Polícia Militar Ambiental após a morte da mãe, vítima de atropelamento.O trabalho da equipe do Hospital Veterinário engloba mais do que o tratamento dos animais mantidos na área de visitação aberta ao público.O setor restrito aos colaboradores acolhe animais que necessitam de maior atenção do corpo técnico e tratadores, em especial os filhotes órfãos mantidos no berçário, como é o caso do filhote de tamanduá.A veterinária Erica Pellosi explica que a fêmea de tamanduá carrega o único filhote no dorso e o amamenta até que ele comece a se alimentar sozinho.“Na ausência da mãe, o filhote é alimentado a cada duas horas com um sucedâneo desenvolvido especialmente para a espécie. Ele é mantido aquecido com uma coberta e oferecemos um ursinho de pelúcia, já que o animal tem o hábito de ficar agarrado à mãe. É necessário estímulo para fazer xixi, e efetuar a limpeza do cordão umbilical que ainda é presente”, explicou a veterinária.O hospital já recebeu dezenas de filhotes silvestres nesta estação, sendo que cada um exige uma demanda diferente de atenção e cuidado.Durante a primavera, época de reprodução de muitas espécies, o acolhimento de filhotes torna-se mais intenso no zoológico.“Muitos dos animais que chegam são vítimas de tráfico, retirados do ninho para serem vendidos. Ou ainda, pessoas removem os animais de ninhos feitos em telhados residenciais. O atropelamento e as queimadas também são fatores que levam filhotes a ficarem órfãos, pela morte da mãe”, comentou Erica Pellosi.Neste ano, o hospital também acolheu filhotes das seguintes espécies:Corujão orelhudo (Bubo virginiaus);Periquito-de-encontro-amarelo (Brotogeris chiriri);Rolinha (Columbina sp.);Gamba-da-orelha-branca (Didelphis albiventris);Corn snake (Pantherophis guttatus);Gavião-carijó (Rupornis magnirostris);Jabuti-piranga (Chelonoidis carbonaria);Tucano toco (Ramphastos toco);Cachorro-do-mato (Cerdocyon thous).“Os animais ficam no berçário do Hospital Veterinário para que possamos manter uma observação constante. Quando estiverem com a idade adequada serão transferidos para a área de visitação. E aqueles que possuírem condições de reintrodução à natureza serão soltos em áreas adequadas”, concluiu a veterinária.LEIA TAMBÉM:Tamanduá-mirim é resgatado pelo Corpo de Bombeiros depois de invadir residência em Santo Expedito; veja VÍDEOFilhote de tamanduá-mirim foi encaminhado para o Parque Ecológico da Cidade da Criança, em Presidente Prudente (SP), após mãe morrer atropeladaCedida/Secom'Fortes garras'O tamanduá-mirim tem distribuição em campos e florestas da Venezuela até o Sul do Brasil.São insetívoros. Comem apenas formigas e cupins. Utilizam uma técnica bastante simples: valem-se de suas fortes garras (quatro ao todo) para fazer buracos no cupinzeiro e, com a língua pegajosa, capturar os insetos, guiados, sobretudo, por um olfato apuradíssimo, que compensa as fracas visão e audição.O tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla), ao contrário de outras espécies, ainda é um mamífero preservado na fauna brasileira. Mas pesa contra a sua manutenção uma atividade cada vez mais frequente em seu habitat: a redução das florestas em função das queimadas, o que geralmente elimina a sua principal fonte de alimento: formigas, cupins e larvas.O animal é também frequentemente ameaçado por outras ações do homem, direta ou indiretamente, como os atropelamentos em rodovias próximas ao seu ambiente natural, e pelo ataque de cães domésticos.O grande problema é que, em função de seus baixos níveis metabólicos, o tamanduá-mirim tem longos períodos de gestação e um número reduzido de crias, daí a preocupação constante com o seu bem-estar.Em função de seus hábitos noturnos, dificilmente é visto de dia. São indivíduos essencialmente solitários, que só encontram um par na época do acasalamento. Tanto que em uma área de 350 a 400 hectares podem-se encontrar dois animais da mesma espécie.Como característica física principal, ele possui cabeça, pernas e parte anterior do dorso com uma coloração típica, amarelada. Já o restante do corpo é negro, formando uma espécie de colete.O tamanduá-mirim pesa até cinco quilos e vive aproximadamente nove anos.VÍDEOS: Tudo sobre a região de Presidente PrudenteVeja mais notícias em g1 Presidente Prudente e Região.